OFF-ROAD E HIKING NO CIRCUITO MAR DE MINAS (LAGO DE FURNAS)

GUAPÉ

Localizada no Sul de Minas, às margens do Lago de Furnas, distante 290km de Belo Horizonte/MG e 446km de São Paulo/SP. Conta com uma localização privilegiada, com dezenas cachoeiras e algumas regiões montanhosas que proporcionam belas paisagens. Seu povo é simples, hospitaleiro e gentil.

NOSSO ROTEIRO

Como este mês estou de férias e minha esposa trabalha em escala de 24/72, iniciamos nossa viagem no domingo e terminamos na terça. Nosso objetivo era conhecer o máximo da região possível. Neste período de 48h conseguimos visitar 4 cachoeiras diferentes.

A viagem foi de boa, chegando na cidade havia um posto de informações turísticas, algo que muito me agrada. Na porta havia um cartaz informando que o horário de funcionamento era diariamente das 9h às 16h. Entretanto, era 14h e estava fechado. Entramos na cidade sem conseguir qualquer informação ou mapa. Como somos prevenidos, já havíamos adicionado o endereço do HOTEL BARROS ao GPS.

Na avenida principal existem várias placas sinalizando algumas opções de hospedagem (inclusive para nosso Hotel) e para os principais atrativos da região. Foi bem fácil localizá-lo. Deixamos as coisas no quarto e partimos para a CACHOREIRA DA ÁGUA LIMPA. Na segunda, pela manhã, fomos ao PARQUE DO PAREDÃO e à tarde à CACHOEIRA DO INFERNO. Na terça fomos à CACHOEIRA DOS LOBOS, de lá retornamos à Divinópolis/MG.

CONFIRA EM DETALHES DE CADA UM DOS ATRATIVOS VISITADOS:

CACHOREIRA DA AGUA LIMPA (OU DA ALEGRIA)

Como ir: saímos pelo portal de entrada e seguimos as placas indicando a CACHOREIRA DA AGUA LIMPA. Nossa segunda decepção, eu havia gravado o percurso de como chegar à cachoeira. De repente chegamos à uma placa que mandava seguir direto, enquanto meu GPS mandava entrar à esquerda. Preferi seguir as placas pois poderia haver um caminho melhor. Atravessamos o povoado de Aparecida do Sul, percorremos mais de 15km e não encontramos nenhuma placa para a cachoeira. Perguntamos á alguns moradores, mas ninguém sabia como encontrá-la. Todos indicavam o Parque do Paredão. Solução, retornar à placa anterior e seguir o trajeto que estava gravado.

O trecho da estrada, após a entrada do Parque, é em grande parte coberto por pedras São Tomé, o que cria várias “lajes”. Carros 4x2 podem seguir este caminho, mas se forem altos, caso contrário pode raspar o fundo e danificar o veículo.

Mais à frente, a estrada vira um grande mirante, oferecendo uma linda vista do Lago de Furnas e das montanhas ao redor.

Conseguimos chegar à ponte que era minha referência para a CACHOEIRA DA AGUA LIMPA. Esta ponte está a uns 25m de altura da água sendo indicada para a pratica de rapel.

No WIKILOC eu havia encontrado informações também sobre a CACHOEIRA DO CARMO, que ficaria nas proximidades. Eu estava com as coordenadas das 2 cachoeiras no GPS. Porém, seguimos por 2 estradas, conversamos com alguns pescadores e novamente ninguém sabia informar como chegar ao local. A do CARMO eles sequer sabiam da existência.

Batemos toda a região e não conseguimos localizar qualquer trilha que levasse à queda principal. Resolvemos arriscar pela única trilha que poderia nos levar à queda. Ela estava muito suja, foi necessário usar o facão para progredir em alguns momentos.

Todo esse esforço foi em vão. Não ouvidos som de queda d’agua, nem avistamos. Retornamos frustrados ao carro e decidimos voltar à ponte. Lá descemos até o Rio e nos refrescamos nas corredeiras. Uma pena, essa cachoeira fica muito longe de GUAPÉ, e só não considero a viagem perdida porque as corredeiras são bem legais.

Uma alternativa seria seguir pela margem do Lago, que está bem baixo e tentar acessar a nadando. Como já estava no fim da tarde e não tínhamos certeza se esta opção daria certo, decidimos deixar para outra oportunidade.

Fico muito chateado quando algo assim acontece, em especial porque no site da PREFEITURA DE GUAPÉ falava em “TRILHA DE FÁCIL ACESSO”, em “ÁREA DE CAMPING”. Posso estar equivocado, mas reanalisando a região no Google Earth não consegui até agora localizá-la. A imagem abaixo ilustra bem o quanto nos esforçamos para tentar chegar às cachoeiras. O trecho em vermelho é nosso trajeto, sendo que o do centro é a trilha feita a pé. Me pergunto porque não colocam uma simples placa ou mesmo um TRACKLOG no site para baixarmos, hoje em dia-a-dia qualquer celular tem GPS.

PARQUE ECOLÓGICO DO PAREDÃO

Este é sem dúvida o principal e mais famoso atrativo da região. O nome Paredão se deve pelas formações rochosas com enormes paredões de pedra que o cercam. Sua cachoeira possuiu 3 quedas bem distintas. No local existe uma excelente estrutura com restaurante, banheiros, quiosque com churrasqueira, área de camping e estacionamento. Foi uma grata surpresa. Normalmente evitamos locais de grande visitação porque costumam ser bagunçados e cheios de lixo. Entretanto, lá está muito bem conservado, limpinho, logo na entrada a grana aparadinha da área de camping chamava a atenção. O Parque fica aberto de segunda à segunda.

Foto da internet

Como ir: saindo pelo portal, pegue a primeira entrada à direita e siga as placas. É bem simples e a estrada de terra está em ótimas condições.

Na chegada fomos recebidos pelo Sr. Tião, é o responsável pelo Parque, que nos deu algumas orientações sobre como seguir a trilha e visitar as quedas da CACHOEIRA DO PAREDÃO. O lugar é lindo, as cachoeiras formam grandes piscinas naturais e permitem banhos e mergulhos. As quedas possuem alturas variadas de 10 a 25 metros, as piscinas são bem grandes, sua água é cristalina sendo possível enxergar o fundo.

Decidimos fazer a trilha completa passando pelas 3 quedas e retornando ao Restaurante para depois decidir onde parar. A trilha é um show à parte para quem gosta de aventura, são quase 2km de belas paisagens. Existem placas indicativas e cordas de segurança nos locais de risco.

A queda que mais gostamos foi a 1ª. A 2ª é uma parede de 90º que convida para um rapel.

Já a 3ª tem uma enorme piscina, oportunidade para colocar o treino de natação em dia (rsrss), mas o que chama a atenção é a linda vista.

Voltamos à 1ª para nadar e tomar um sol, que aparecia e sumia entre as nuvens.

É cobrada uma entrada de R$10. Achei o valor justo, afinal fica evidente o investimento na manutenção do Parque. Dizem que há poucos anos lá entrava ônibus com centenas de pessoas, muitos com caixas térmicas cheias de cerveja em garrafa, carros com som muito alto, havia brigas e confusão, uma verdadeira farofada. Situação incompatível com um Parque Ecológico.

Para informações e reservas: (35)9814-3672

Dicas: 1. Se você não gosta de agitação, evite feriados prolongados como as festas de fim de ano e o carnaval. 2. Aproveite para almoçar por lá, gostamos muito da comida. Existem diversos sistemas e preços. Pagamos R$15 por um self-service sem balança.

CACHOEIRA DO INFERNO (OU BURACÃO)

Em GUAPÉ é conhecida como CACHOEIRA DO INFERNO, ela fica na divisa com o município de ILICÍNEA, lá é conhecida com CACHOEIRA DO BURACÃO. Esta cachoeira fica em propriedade particular, e só abre aos finais de semana e feriados. Nossa 3ª decepção. Passei um bom tempo criando o trajeto para chegar lá, percorremos 40km por estradas de terra e quando chegamos a porteira estava trancada. Havia telefone para contato com os proprietários, porém não havia sinal da VIVO.

Como ir: é muito complicado explicar como chegar lá. Na ida pegamos mais estradas de terra, passando por pequenas fazendas, atravessamos lindas montanhas e belas paisagens. Chegamos a mais de 1250m de altitude. O caminho pode ser realizado em 4x2 desde que não esteja chovendo. Na volta fizemos um caminho diferente, mais distante, porém mais plano e rápido. Compartilhei ambos no WIKILOC.

Este tipo de informação necessariamente tem que constar no site da PREFEITURA e também no mapa turísticos. Poderíamos tem passado mais tempo no Parque e no entanto acabamos perdemos a tarde toda passeando por estradas de terra. Assumo parte da culpa, pois viajamos em uma data não convencional, mas convenhamos, era mês de férias e nesta segunda era feriado em várias cidades brasileiras.

Constrangidos, mas sem querer invadir propriedade particular, resolvemos pular a cerca e ver se encontrávamos alguém cuidando do local. Infelizmente não havia ninguém. No local existe um bar e banheiros, estrutura muito simples. Tiramos rapidamente algumas fotos e vo
ltamos desapontados sem conhecer as quedas. Segundo informações no site MOCHILEIROS lá “possui uma trilha na mata para o acesso às outras quedas d`água, possuindo 4 quedas leito acima”.

Dica: a poucos metros existe a CACHOEIRA DO PAULO DOMINGOS, você passa a 140m dela para chegar à do INFERNO. O mais interessante seria visitar as 2 no mesmo dia. Porém, também estava fechada. Aparentemente, existe alguma infraestrutura no local.

CACHOEIRA DO LOBO

Esta cachoeira é top. Possui área de camping, quiosque, banheiros, restaurante e chalés para locação.

Como ir: você tem que pegar a balsa que faz a travessia do Lago para a região de Capitólio. É cobrado R$6,00 para veículos pequenos. Não existe horário determinado para saída dela, ela chega em uma margem, carrega e retorna. Na pior das hipóteses você terá que aguardar uns 30min. A travessia é bem rápida. Coloque o carro de ré na balsa para facilitar a saída. Siga pela estrada principal que leva à Capitólio. Após uns 15km haverá uma placa indicando a entrada à direita, na sequencia existem diversas placas, não tem como errar.

Fomos recebidos pela proprietária (Dona Bete), pessoa muita simpática e educada, que explicou como realizar a trilha até as 2 cachoeiras. Para visitar é cobrada uma taxa de R$15. Novamente acho justo, afinal é uma propriedade particular. Muito melhor cobrar do que simplesmente passar uma corrente na porteira e encher de cachorros.

Para chegar à cachoeira é necessário percorrer uma trilha na lateral do rio de aproximadamente 3km. A trilha foi toda preparada para facilitar o acesso, existem degraus de alvenaria, escada de madeira e cordas para segurança nos locais de risco.

A cachoeira de aproximadamente 30 metros é maravilhosa, entre todas as visitadas, é sem dúvida foi onde encontramos o maior volume de água. A piscina natural, que é bem grande, chega a ter algumas ondinhas e correnteza. Se estava assim no período da seca, fico imaginando como deve ser bonita no período das chuvas. Seu entorno é um paredão de pedras com muita mata, está bem preservada.

Na região tem uma segunda cachoeira, necessário percorrer uma estrada de terra de 1.000m, o que pode ser feito de carro e depois caminhar um trecho curto. Não existe uma queda alta, mas sim uma bela corredeira e poços para banho.

A Cachoeira do Lobo pertence à Guapé, mas está mais próxima de Capitólio. A partir de lá existem diversas placas indicativas.

OUTR
OS ATRATIVOS DE DESTAQUE

Na região existem diversas cachoeiras, mas a maioria delas estão longe de Guapé e em área de propriedade particular. Como não visitamos, fica complicado falar sobre elas, pois já está claro que as informações do site da PREFEITURA são imprecisas. São elas:

CACHOEIRA DO MACUCO, CHAPADAO, CACHOEIRA CAMPESTRE, CACHOEIRA DO CARMO, CACHOEIRA DO JOSE IVAN, CACHOEIRA DO SILVARÃO, CACHOEIRA DO GARIMPO, CACHOEIRA DA ELISA (CACHOEIRA DO CAPÃO QUENTE OU DO DR. PEDRO)

DICAS

Vá de carro, preferencialmente 4x4, pois todas as cachoeiras ficam longe da cidade. A do INFERNO por exemplo fica a 40km de distância.

Nossa primeira parada foi no RESTAURANTE MAR DE MINAS, na entrada de Formiga/MG. Comida muito boa, self-service com churrasco a R$35,90 o quilo. Atendimento excelente.

Abasteça nos postos de Formiga, lá a gasolina estava R$3,17 e em Guapé R$3,35

Não viaje no meio de semana, mesmo sendo mês de férias escolares, várias cachoeiras só abrem aos finais de semana e feriados.

Tome muito cuidado nas estradas de terras, com elas estão em ótimas condições, as pessoas costumam abusar da velocidade.

Leve dinheiro em espécie, poucos locais aceitam cartão de crédito.

ONDE COMER

PIZZARIA E SORVETERIA DA ZILÁ: Por indicação da Dona Angela, fomos comer uma pizza na ZILÁ. O atendimento foi bom e a pizza, assada em forno a lenha estava deliciosa. Atualmente o local está em obras para ampliação, mas não nos incomodou, apenas dificultou sua localização. Com certeza a ZILÁ é uma empreendedora, lá também oferece sorvetes e açaí.

RESTAURANTE DO PARQUE DO PAREDÃO: Já mencionado acima.

ONDE FICAR

HOTEL BARROS

Diárias R$90,00 (café da manhã)(35) 3856.1894

Está foi a nossa escolha para hospedagem em Guapé. Fomos tratados pela proprietária (Dona Angela) com muita atenção e carinho. Definitivamente não se parece como um hotel. Parecia que estávamos passando as férias na casa de minha falecida avó, com direito inclusive a pé de jabuticaba no quintal e cachorros. O café da manhã, tipicamente mineiro, é bem variado, oferecendo: suco natural, café, leite, pão de queijo, biscoito, bolo, rosca de nata, queijo e requeijão fresquinhos e muito mais. O quarto tinha TV à cabo, ar condicionado e frigobar. Sua localização é privilegiada, bem no centro da cidade. Não vejo outra opção com melhor custo x benefício. RECOMENDO!

Foto da internet

Existe comentários no MOCHILEIROS de pessoas que pagaram em 07/2013 diária de R$35,00. Depois o Governo vem dizer que não há inflação.

POUSADA E CAMPING CACHOEIRA DO LOBO (Bete)Diárias R$150,00 no chalé e R$30 no camping(37)9983-9070

Como visitamos a cacheira, deu para conhecer um pouco estrutura do local. Parece ser uma ótima opção, com preço justo. Os chalés são novos e espaçosos, o restaurante é bem grande e a área para camping maravilhosa.

POUSADA DO LAGO

Diárias R$310 (pensão completa) (35)9179-0200 / (35)3856-1587

POUSADA BELLA MINAS

Diárias R$250 (pensão completa) (35)3856-1529

INTERLAGOS HOTEL

Diárias R$150,00 (café da manhã)(35)3856-1212 / (35)9972-0047

POUSADA SARACURA

Diárias R$250 (pensão completa) (35)3856-1916

COMO IR

Saindo de Divinópolis/MG pegue a MG-050 sentido Formiga. Depois pegue MG-170 sentido Pimenta, neste ponto existem placas para Guapé. A estrada entre Pimenta e Guapé está em obras. Grande parte já está asfaltado, mas ainda tem um pedaço bom de terra, contudo em boas condições.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Definitivamente GUAPÉ ainda não está preparada para o turismo de aventura, dou nota 10 para os atrativos naturais e nota 2 para a infraestrutura. Adoraria falar algo diferente, mas é a pura verdade.

Não satisfeito, na sexta, enquanto escrevia este post, resolvi ligar para o ALÔ GUAPÉ (0800.0371568). Fui atendido pela INGRIDI, pessoa muito atenciosa que registrou minhas reclamações e me explicou a situação. Com certeza as melhorias recentes no site da PREFEITURA, a instalação de placas de finalização (mesmo que apontando a direção errada) demonstram o interesse da gestão atual em melhorar este cenário. Espero voltar lá daqui alguns anos e constar isso.

Se você gostou de passeio e pretende realizá-lo, não deixe de baixar nossos tracklogs que estão disponíveis no WIKILOC (basta clicar na figura abaixo).